quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Sábado da 2ª Semana do Advento


REZANDO COM O EVANGELHO DO DIA


(LECTIO DIVINA)


Reflexões de Frei Carlos Mesters, O.Carm


Sábado da 2ª Semana do Advento


1) Oração


Concedei-nos, ó Deus todo-poderoso,
que desponte em nossos corações
o esplendor da vossa glória,
para que, vencidas as trevas do pecado,
a vinda do vosso Unigênito revele
que somos filhos da luz.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
na unidade do Espírito Santo. Amém.


2) Leitura do Evangelho (Mateus 17, 10-13)


Ao descerem do monte, 10os discípulos perguntaram a Jesus: Por que dizem os escribas que Elias deve voltar primeiro? 11Jesus respondeu-lhes: Elias, de fato, deve voltar e restabelecer todas as coisas. 12Mas eu vos digo que Elias já veio, mas não o conheceram; antes, fizeram com ele quanto quiseram. Do mesmo modo farão sofrer o Filho do Homem. 13Os discípulos compreenderam, então, que ele lhes falava de João Batista. - Palavra da salvação .

3) Reflexão

* Os discípulos acabaram de presenciar Moisés e Elias reverenciando Jesus na transfiguração sobre o Monte (Mt 17,3). Era crença geral do povo de que Elias devia voltar para preparar a vinda do Reino. Dizia o profeta Malaquias: “Vejam! Eu mandarei a vocês o profeta Elias, antes que venha o grandioso e terrível Dia de Javé. Ele há de fazer que o coração dos pais voltem para os filhos e o coração dos filhos para os pais; e assim, quando eu vier, não condenarei o país à destruição total. (Mal 3,23-24; cf. Eclo 48,10). Os discípulos querem saber: "O que significa o ensinamento dos doutores da Lei, quando dizem que Elias deve vir antes?" Pois Jesus, o messias, já estava aí, já tinha chegado, e Elias ainda não veio. Qual o valor desse ensinamento do retorno de Elias?

* Jesus responde: “Elias já veio, e eles não o reconheceram. Fizeram com ele tudo o que quiseram. E o Filho do Homem será maltratado por eles do mesmo modo”. Então os discípulos compreenderam que Jesus falava de João Batista.

* Naquela situação de dominação romana que desintegrava o clã e a convivência familiar, o povo esperava que Elias voltasse para reconstruir as comunidades: reconduzir o coração dos pais para os filhos e o coração dos filhos para os pais. Esta era a grande esperança do povo. Hoje, da mesma maneira, o sistema neoliberal do consumismo desintegra as famílias e promove a massificação que destrói a vida comunitária.

* Reconstruir e refazer o tecido social e a convivência comunitária das família é perigoso, pois mina pela base o sistema de dominação. Por isso, João Batista foi morto. Ele tinha um projeto de reforma da convivência humana (cf. Lc 3,7-14). Ele realizava a missão de Elias (Lc 1,17). Por isso foi morto.

* Jesus continua a mesma missão de João de reconstruir a vida em comunidade. Pois se Deus é Pai, somos todos irmãos e irmãs. Jesus reuniu os dois amores: amor a Deus e amor ao próximo e lhe deu visibilidade na nova maneira de conviver . Por isso, como João foi morto. Por isso, Jesus, o Filho do Homem será morto do mesmo jeito.

4) Faça um confronto pessoal da leitura com a vida

1) Colocando-me na posição dos discípulos: a ideologia do consumismo tem poder sobre mim?

2) Colocando-me na posição de Jesus: tenho força para reagir e criar nova convivência humana?

5) Oração final

Que tua mão proteja teu escolhido,
o homem que fortaleceste.
De ti não nos separaremos mais,
tu nos farás viver e invocaremos o teu nome. (Sal 79, 18-19)


Sexta-feira da 2ª Semana do Advento



REZANDO COM O EVANGELHO DO DIA


(LECTIO DIVINA)

Reflexões de Frei Carlos Mesters, O.Carm


Sexta-feira da 2ª Semana do Advento


1) Oração


Ó Deus onipotente,
dai ao vosso povo esperar vigilante
a chegada do vosso Filho,
para que, instruídos pelo próprio Salvador,
corramos ao seu encontro
como nossas lâmpadas acesas.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
na unidade do Espírito Santo. Amém
.

2) Leitura do Evangelho (Mateus 11, 16-19)


Naquele tempo o disse Jesus: 16 “Com quem vou comparar esta geração? É parecida com crianças sentadas nas praças, gritando umas para as outras: 17 ‘Tocamos flauta para vós, e não dançastes. Entoamos cantos de luto e não chorastes!’ 18 Veio João, que não come nem bebe, e dizem: ‘Tem um demônio’. 19 Veio o Filho do Homem, que come e bebe, e dizem: ‘É um comilão e beberrão, amigo de publicanos e de pecadores’. Mas a sabedoria foi reconhecida em virtude de suas obras”. - Palavra da salvação.


3) Reflexão

* Os líderes, os sábios, não gostam quando alguém os critica ou questiona. Isto acontecia no tempo de Jesus e acontece hoje, tanto na sociedade, como na igreja. João Batista veio, criticou, e não foi aceito. Diziam: ”tem o demônio!” Jesus veio, criticou e não foi aceito. Diziam: - “Beberão!”, – “Louco!” (Mc 3,21), - “Tem o diabo!” (Mc 3,22), - “É um samaritano!” (Jo 8,48), - “Não é de Deus!” (Jo 9,16). Hoje acontece o mesmo. Há pessoas que se agarram ao que sempre foi ensinado e não aceitam outra maneira de explicar e viver a fé. Logo inventam motivos e pretextos para não aderir: - “É marxismo!” - “É contra a Lei de Deus!” - “É desobediência à tradição e ao magistério!”

* Jesus se queixa da falta de coerência do seu povo. Eles inventavam sempre algum pretexto para não aceitar a mensagem de Deus que Jesus lhes trazia. De fato, é relativamente fácil encontrar argumentos e pretextos para refutar os que pensam diferente de nós.
* Jesus reage e mostra a incoerência deles. Eles se consideravam sábios, mas não passavam de crianças que querem divertir o povo na praça e que reclamam quando o povo não brinca conforme a música que eles tocam. Os que se diziam sábios não têm nada de realmente sábio. Apenas aceitavam o que combinava com as idéias deles. E assim eles mesmos pela sua atitude incoerente se condenavam a si mesmos.



4) Para um confronto pessoal


1. Até onde sou coerente com a minha fé?

2. Tenho consciência crítica com relação ao sistema social e eclesiástico que, muitas vezes, inventa motivos e pretextos para legitimar a situação e impedir qualquer mudança?


5) Oração final

Feliz quem não segue o conselho dos maus,
não anda pelo caminho dos pecadores
nem toma parte nas reuniões dos zombadores,
mas na lei do Senhor encontra sua alegria
e nela medita dia e noite. (Sl 1, 1-2
)


Quinta-feira da 2ª Semana do Advento

REZANDO COM O EVANGELHO DO DIA

(LECTIO DIVINA)

Reflexões de Frei Carlos Mesters, O.Carm

Quinta-feira da 2ª Semana do Advento

1) Oração

Despertai, ó Deus, os nossos corações,
a fim de prepararmos os caminhos do vosso Filho,
para que possamos, pelo seu advento,
vos servir de coração purificado.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
na unidade do Espírito Santo. Amém.

2) Leitura do Evangelho (Mateus 11, 11-15)

Naquele tempo , disse Jesus as multidão: 11Em verdade vos digo: entre os filhos das mulheres, não surgiu outro maior que João Batista. No entanto, o menor no Reino dos céus é maior do que ele. 12Desde a época de João Batista até o presente, o Reino dos céus é arrebatado à força e são os violentos que o conquistam. 13Porque os profetas e a lei tiveram a palavra até João. 14E, se quereis compreender, é ele o Elias que devia voltar. 15Quem tem ouvidos, ouça. - Palavra da salvação .

3) Reflexão

* No evangelho de hoje, Jesus dá uma opinião sobre João Batista. Comparado com as pessoas do Antigo Testamento, não há ninguém maior que João. João é o maior de todos: maior que Jeremias, maior que Abraão, maior que Isaías! Mas comparado com o Novo Testamento, João é inferior a todos. O menor no Reino é maior que João. Como entender esta qualificação aparentemente contraditória que Jesus fez de João?
* Pouco antes, João tinha mandado perguntar a Jesus: “É o senhor, ou devemos esperar por outro?” (Mt 11,3). João parecia ter dúvidas a respeito a Jesus. Pois Jesus não correspondia à idéia que ele, João, se fazia do messias. João imaginava o messias como um juiz severo que devia vir realizar o julgamento da condenação e da chegada da ira (Mt 3,7). Devia cortar as árvores pela raiz (Mt 3, 10), limpar a área e jogar a palha seca no fogo (Mt 3,12). Mas Jesus, em vez de ser um juiz severo, era amigo de todos, “manso e humilde de coração” (Mt 11,29), que acolhia os pecadores e comia com eles (Mc 2,16).
* Jesus respondeu a João citando o profeta Isaias: “Vão contar para João o que estão vendo e ouvindo: cegos vêem, coxos andam, leprosos são limpos, surdos ouvem, mortos ressuscitam, aos pobres é anunciada a Boa Nova. E feliz quem não se escandalizar comigo!” (Mt 11,5-6; cf. Is 33,5-6;29,18). Resposta dura. Jesus manda João analisar melhor as Escrituras para ele poder mudar a visão errada que tinha do messias.
* João foi grande! O maior de todos! Mas o menorzinho no Reino dos céus é maior que João! João é o maior, porque ele era o último elo do AT. Foi João que, pela sua fidelidade, pôde, finalmente, apontar o messias para o povo: “Eis o cordeiro de Deus!” (Jo 1,36), e a longa história desde Abraão alcançou o seu objetivo. Mas João por si mesmo não foi capaz de entender todo o alcance da presença do Reino de Deus em Jesus. Ele estava na dúvida: “É o senhor ou devemos esperar por outro?” A história antiga, ela sozinha, não comunica luz suficiente para a pessoa poder entender toda a novidade da Boa Notícia de Deus que Jesus nos trouxe. O Novo não cabe no Antigo. Santo Agostinho dizia: “Novum in Vetere latet, Vetus in Novo patet”. Traduzido significa: “O Novo já está escondido no Antigo. Mas o Antigo só revela seu sentido pleno é no Novo”. Quem está com Jesus e convive com ele recebe dele uma luz que lhe dá olhos novos para descobrir um significado mais profundo no Antigo. E qual é esta novidade?
* Jesus oferece uma chave: “A lei e os profetas anunciaram o Reino até João. E se quiserem saber João é Elias que deve vir!” Jesus não explica, mas dá a dica: “Quem tem ouvidos ouça” Elias devia vir para preparar a vinda do Messias e refazer a comunidade: “Reconduzir o coração dos pais para os filhos e o coração dos filhos para os pais” (Mal 3,24). João anunciou o Messias e tentou refazer a comunidade (Lc 1,17). Mas o mistério mais profundo da vida em comunidade, lhe escapava. Foi só Jesus que o comunicou anunciando que Deus é Pai e, portanto, somos todos irmãos e irmãs. Este anúncio traz uma força nova que nos torna capazes de superar as divergências e criar comunidade.
* São estes os violentos que conseguem conquistar o Reino. O Reino não é uma doutrina, mas é um novo modo de conviver como irmãos e irmãs a partir do anúncio que Jesus fez de que Deus é Pai de todos.


4) Para um confronto pessoal

1. O Reino é dos violentos, isto é, é dos que, como Jesus, têm a coragem de criar comunidade. Você tem?
2. Jesus ajudou João a entender melhor os fatos por meio da Bíblia. A Bíblia me ajuda a entender melhor os fatos da minha vida?


5) Oração final

Ó Deus, meu rei, quero exaltar-te e bendizer teu nome eternamente e para sempre,
Quero bendizer-te todo dia,

louvar teu nome eternamente e para sempre. (Sl 144, 1-2)

Quarta-feira da 2ª Semana do Advento


REZANDO COM O EVANGELHO DO DIA


(LECTIO DIVINA)


Reflexões de Frei Carlos Mesters, O.Carm


Quarta-feira da 2ª Semana do Advento


1) Oração


Ó Deus todo-poderoso,
que nos mandais preparar o caminho do Cristo Senhor,
fazei que, confortados pela presença do divino médico,
nenhuma fraqueza possa abater-nos.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
na unidade do Espírito Santo. Amém.


2) Leitura do Evangelho (Mateus 11, 28-30)


Naquele tempo, tomou Jesus a palavra e disse: 28Vinde a mim, vós todos que estais aflitos sob o fardo, e eu vos aliviarei. 29Tomai meu jugo sobre vós e recebei minha doutrina, porque eu sou manso e humilde de coração e achareis o repouso para as vossas almas. 30Porque meu jugo é suave e meu peso é leve. - Palavra da salvação .


3) Reflexão


* Certos textos dos Evangelhos só revelam todo o seu sentido quando colocados diante do pano de fundo do Antigo Testamento. Assim é este texto tão breve e tão bonito do evangelho de hoje. Nele ressoam dois temas muito amados e lembrados do Antigo Testamento, um de Isaías e outro dos livros chamados sapienciais.

* Isaías fala do Messias-Servo e o apresenta como um discípulo que está sempre em busca de uma palavra de conforto para poder animar os desanimados: “O Senhor me concedeu o dom de falar como seu discípulo, para eu saber dizer uma palavra de conforto a quem está desanimado. Cada manhã, ele me desperta, para que eu o escute, de ouvidos abertos, como o fazem os discípulos”. (Is 50,4) E o Messias servo faz um convite: “Vocês que estão com sede, venham buscar água. Venham também os que não têm dinheiro: comprem e comam sem dinheiro e bebam vinho e leite sem pagar” (Is 55,1). Estes textos povoavam a memória do povo. Eram como os cânticos da nossa infância. Quando a gente os escuta dá uma nostalgia, uma saudade! Assim, a palavra de Jesus: “Venham a mim!” despertava a memória e trazia para perto o eco longínquo daqueles textos bonitos de Isaías.

* Os livros sapienciais apresentam a sabedoria divina sob a figura de uma mulher, uma mãe, que transmite aos filhos a sua sabedoria e lhes diz: "Comprem a sabedoria sem dinheiro. Coloquem o pescoço debaixo do seu jugo e acolham a sua instrução. A sabedoria está próxima, e pode ser encontrada. Vejam com seus próprios olhos como trabalhei pouco, e acabei encontrando profundo repouso”.(Eclo 51,25-27). Jesus repete quase a mesma frase: “Vocês encontrarão repouso!”

* Por esta sua maneira de falar ao povo, Jesus despertava a memória do povo e fazia com que o coração se alegrasse e dissesse: “Chegou o messias que tanto esperamos!” Jesus transformava a saudade em esperança. Fazia o povo dar um passo. Em vez de agarrar-se à imagem de um messias glorioso, rei e dominador, ensinadas pelos escribas, o povo mudava de visão e aceitava Jesus como o messias servidor. Messias humilde e manso, acolhedor e cheio de ternura, que fazia os pobres se sentirem em casa junto de Jesus.


4) Para um confronto pessoal


1. A lei de Deus é para mim um jugo leve que me anima, ou é um peso que me cansa?

2. Já senti alguma vez a alegria e a leveza do jugo da lei de Deus que Jesus nos revelou?


5) Oração final


Minha alma, bendize o Senhor

e tudo o que há em mim, o seu santo nome!

Minha alma, bendize o Senhor,

e não esqueças nenhum de seus benefícios. (Sal 102, 1-2)


Terça-feira da 2ª Semana do Advento

REZANDO COM O EVANGELHO DO DIA


(LECTIO DIVINA)


Reflexões de Frei Carlos Mesters, O.Carm


Terça-feira da 2ª Semana do Advento


1) Oração


Ó Deus, que manifestastes o vosso Salvador
até os confins da terra
dai-nos esperar com alegria
a glória do seu natal.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
na unidade do Espírito Santo. Amém.


2) Leitura do Evangelho (Mateus 18,12-14)


Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos:12Que vos parece? Um homem possui cem ovelhas: uma delas se desgarra. Não deixa ele as noventa e nove na montanha, para ir buscar aquela que se desgarrou? 13E se a encontra, sente mais júbilo do que pelas noventa e nove que não se desgarraram. 14Assim é a vontade de vosso Pai celeste, que não se perca um só destes pequeninos. - Palavra da salvação .


3) Reflexão


* Uma parábola não é um ensinamento a ser recebido passivamente e a ser decorado de memória, mas é um convite para participar na descoberta da verdade. Jesus começa perguntando: “O que vocês acham?” Uma parábola é uma pergunta com resposta não definida. A resposta vai depender da nossa reação e participação como ouvintes. Então, vamos buscar a resposta desta parábola da ovelha perdida.

* Jesus conta uma história muito breve e muito simples: um pastor tem 100 ovelhas, perde uma, deixa as 99 nas montanhas e vai em busca da ovelha perdida. E Jesus pergunta: “O que vocês acham?” Ou seja: “Vocês fariam o mesmo?” Qual terá sido a resposta dos pastores e das outras pessoas que ouviram Jesus contar esta história? Fariam a mesma coisa? Qual a minha resposta à pergunta de Jesus? Pense bem antes de responder.

* Se você tivesse 100 ovelhas e perdesse uma, o que faria? Não esqueça de que as montanhas são lugares de difícil acesso, cheios precipícios, onde rondam animais perigosos e onde ladrões e assaltantes se escondem. E lembre-se que você perdeu apenas uma única ovelha. Você continua na posse de 99 ovelhas. Perdeu pouco! Você iria abandonar as 99 naquelas montanhas? Será que uma pessoa com um pouco de bom senso faria o que fez o pastor da parábola de Jesus? Pense bem!

* Os pastores que escutaram a história de Jesus, devem ter pensado e comentado: “Só um pastor sem juízo age desse jeito!” Eles devem ter perguntado a Jesus: “Jesus, desculpe, mas quem é esse pastor de que o senhor está falando? Fazer o que ele fez é uma loucura total!”

* Jesus responde: “Esse pastor é Deus, nosso Pai, e a ovelha perdida é você!” Com outras palavras, esta loucura, quem a comete é Deus por causa do seu grande amor para com os pequenos, os pobres, os excluídos! Só mesmo um amor muito grande é capaz de cometer uma loucura assim. O amor com que Deus nos ama é maior que a prudência e o bom senso humano. O amor de Deus comete loucuras. Graças a Deus! Senão fosse assim, estaríamos perdidos!.


4) Para um confronto pessoal


1. Coloque-se na pele da ovelha perdida e anime a sua fé e sua esperança. Você é essa ovelha!

2. Coloque-se na pele do pastor e verifique se o seu amor para com os pequenos é verdadeiro.


5) Oração final


Cantai ao Senhor um cântico novo,

cantai ao Senhor, terra inteira.

Cantai ao Senhor, bendizei o seu nome,

anunciai dia após dia a sua salvação. (Sl 95, 1-2)


Segunda-feira da 2a. Semana do Advento


REZANDO COM O EVANGELHO DO DIA

(LECTIO DIVINA)

Reflexões de Frei Carlos Mesters, O.Carm

Segunda-feira da 2ª Semana do Advento

1) Oração

Cheguem à vossa presença, ó Deus,
as nossas orações suplicantes,
e possamos celebrar de coração puro
o grande mistério da encarnação do vosso Filho.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
na unidade do Espírito Santo. Amém.

2) Leitura do Evangelho (Luca 5, 17-26)

17 Num desses dias, ele estava ensinando na presença de fariseus e mestres da Lei, que tinham vindo de todos os povoados da Galiléia, da Judéia e de Jerusalém. O poder do Senhor estava nele para fazer curas. 18 Vieram alguns homens carregando um paralítico sobre uma maca. Eles tentavam introduzi-lo e colocá-lo diante dele. 19 Como não encontras- sem um modo de introduzi-lo, por causa da multidão, subiram ao telhado e, pelas telhas, desceram o paralítico, com a maca, no meio, diante de Jesus. 20 Vendo a fé que tinham, ele disse: “Homem, teus pecados são perdoados”. 21 Os escribas e os fariseus começaram a pensar: “Quem é este que fala blasfêmias? Quem pode perdoar pecados, a não ser Deus?” 22 Jesus, penetrando-lhes os pensamentos, perguntou: “Que estais pensando no vosso íntimo? 23 Que é mais fácil, dizer: ‘Teus pecados são perdoados’, ou: ‘Levanta-te e anda?’ 24 Ora, para que saibais que o Filho do Homem tem poder de perdoar pecados na terra, – e dirigiu-se ao paralítico – eu te digo: levanta-te, pega tua maca e vai para casa”. 25 No mesmo instante, levantando-se diante de todos, pegou a maca e foi para casa, glorificando a Deus. 26 Todos ficaram admirados e glorificavam Deus, cheios de temor, dizendo: “Vimos hoje coisas maravilhosas” .

3) Reflexão

O Evangelho de hoje é um espelho. Ele evoca em nós as palavras que dizemos durante a Missa na hora da comunhão: “Senhor, eu não sou digno de que entreis em minha morada, mas dizei uma só palavra e serei salvo”. Olhando no espelho deste texto, ele sugere o seguinte:

* Sentado, Jesus ensinava. O povo gostava de ouvi-lo. Qual era o assunto do ensino de Jesus? Ele sempre falava de Deus, seu Pai, mas dele falava de um jeito novo e atraente, diferente dos escribas e fariseus (Mc 1,22.27). Jesus apresentava Deus como a grande Boa Notícia para a vida humana; um Deus Pai/Mãe que ama e acolhe as pessoas, e não um Deus que nos ameaça e condena.
* Um paralítico é carregado por quatro pessoas. Jesus é a única esperança deles. Vendo a fé, ele diz ao paralítico: Teus pecados estão perdoados! Naquele tempo, o povo achava que defeitos físicos (paralisia, etc) fossem castigo de Deus por algum pecado. Por isso, os paralíticos e tantos outros deficientes físicos sentiam-se rejeitados e excluídos por Deus! Jesus ensinava o contrário. A fé tão grande do paralítico era um sinal evidente de que ele e seus carregadores estavam sendo acolhidos por Deus. Por isso, Jesus declara: Teus pecados estão perdoados! Ou seja: “Você não está afastado de Deus!”
* A afirmação de Jesus não combinava com a idéia que os doutores da lei tinham de Deus. Por isso, eles reagem: Ele blasfema! Conforme o ensinamento deles, só Deus podia perdoar os pecados. E só o sacerdote podia declarar uma pessoa perdoada e purificada. Como é que Jesus, homem sem estudo, um leigo, podia declarar o paralítico como perdoado e purificado dos pecados? Pois, se um simples leigo podia perdoar os pecados, os doutores e os sacerdotes perderiam o seu poder e também a sua fonte de renda! Por isso reagem e se defendem.
* Jesus justifica a sua ação: O que é mais fácil dizer: ‘Teus pecados estão perdoados!’ ou dizer: ‘Levanta-te e anda!’? Evidentemente, é muito mais fácil dizer: “Teus pecados estão perdoados”. Pois ninguém pode verificar se, de fato, o pecado foi ou não foi perdoado. Mas se eu digo: “Levanta-te e anda!”, aí todos poderão verificar se tenho ou não esse poder de curar. Por isso, para mostrar que, em nome de Deus, tinha o poder de perdoar os pecados, Jesus disse ao paralítico: ”Levanta-te, toma teu leito e vá para casa!” Curou o homem! Provou que a paralisia não é um castigo de Deus pelo pecado, e mostrou que a fé dos pobres é uma prova de que Deus os acolhe no seu amor.

4) Para um confronto pessoal

1. Colocando-me na posição dos carregadores: será que eu seria capaz de carregar o doente, subir no telhado e fazer o que os quatro fizeram? Será que eu tenho tanta fé?
2. Qual a imagem de Deus que está em mim e que se irradia nos outros? A dos doutores ou a de Jesus? Deus compassivo ou ameaçador ?

5) Oração final

Vem, Senhor, visitar-nos com a tua paz:
a tua presença nos enche de alegria. (cf. Sl 106, 4-5; Is 38, 3)